25.3 C
Rio Branco
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
O RIO BRANCO
AcreGeral

Pela primeira vez no Acre, homem homossexual obtém medida protetiva com base na Lei Maria da Penha

Em um caso inédito no Acre, um homem gay conseguiu na última quarta-feira (6) uma medida protetiva de urgência com base na Lei Maria da Penha, após denunciar episódios de violência doméstica em uma relação homoafetiva. A decisão foi concedida pela Justiça após solicitação feita pela Delegacia-Geral de Xapuri, no interior do estado.

A concessão da medida só foi possível graças a um recente entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que passou a reconhecer que a Lei Maria da Penha também se aplica a vítimas do sexo masculino em relações homoafetivas. O novo posicionamento foi firmado em fevereiro deste ano, no julgamento do Mandado de Injunção 7.452/DF, que ampliou o alcance da legislação protetiva a travestis, mulheres transexuais e, agora, também a homens homossexuais.

Segundo o delegado Luccas Vianna, responsável pelo caso, o pedido foi embasado na nova interpretação do STF, que garante a aplicação das medidas previstas na Lei 11.340/2006 em qualquer relação que envolva violência no âmbito doméstico, familiar ou de afeto, independentemente de gênero ou identidade sexual.

“A violência doméstica não escolhe orientação sexual. Nosso dever é proteger todas as vítimas, sem exceção. A decisão do STF fortalece nossa atuação e garante respaldo legal para casos que antes não eram abrangidos pela legislação”, destacou o delegado.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima conviveu por cerca de sete anos em união estável com o agressor, mas o relacionamento terminou há aproximadamente cinco meses. Desde então, o ex-companheiro teria iniciado uma série de perseguições, ameaças e interferências na vida pessoal e profissional do denunciante.

A vítima relatou que o agressor provocou sua demissão de ao menos sete empregos, utilizando estratégias de constrangimento nos locais de trabalho. Além disso, afirmou ter sido ameaçada de morte caso iniciasse um novo relacionamento, o que agravou ainda mais o cenário de violência psicológica e emocional.

O delegado reforçou que a medida protetiva tem caráter emergencial e visa preservar a integridade física e emocional da vítima, bem como assegurar sua liberdade e dignidade.

“Esse caso abre um importante precedente no estado e reforça o compromisso da Polícia Civil com a equidade no atendimento às vítimas de violência doméstica, independentemente de seu gênero, identidade ou orientação sexual”, completou Luccas Vianna.

A decisão é considerada um marco para o Acre e sinaliza avanços importantes na aplicação de políticas públicas de proteção às minorias, especialmente no combate à violência dentro de relações homoafetivas.

Compartilhe:

Artigos Relacionados

Doutrina Begin norteou Netanyahu ao atacar o programa nuclear do Irã

Raimundo Souza

IRPF: declaração pré-preenchida começa nesta terça-feira (1º); mais de 24 mil já declararam no Acre

Jamile Romano

Acompanhado de senador Márcio Bittar, prefeito de Rio Branco Tião Bocalom visita obras na capital

Raimundo Souza

Na última noite da Expoacre Juruá, governador Gladson Camelí avalia evento como maior vitrine do estado e aposta em movimentação econômica inédita

Jamile Romano

Secretaria de Obras realiza serviços estruturais em prédios da Segurança Pública em Rio Branco

Kevin Souza

Governo do Acre celebra Dia do Servidor reconhecendo dedicação e compromisso dos profissionais com a população

Raimundo Souza