Mais de 15 anos após a aprovação da lei que previa bibliotecas em todas as escolas do país, o Acre ainda enfrenta grandes desafios nesse campo. Dados da Secretaria Estadual de Educação mostram que, das 609 escolas da rede estadual, apenas 175 (28,7%) contam com salas de leitura. Nenhuma unidade possui bibliotecário em seu quadro de funcionários.
A situação no estado segue a média nacional apontada pelo Censo Escolar 2024, que revela que 63% das escolas brasileiras ainda não possuem bibliotecas estruturadas. Em números absolutos, são mais de 114 mil escolas sem esse espaço essencial para o estímulo à leitura e ao letramento de crianças e jovens. Além disso, quase metade das instituições (47,4%) não tem sequer uma sala de leitura.
Na educação infantil, a ausência é ainda mais preocupante. Apenas 32,8% das escolas municipais com esse segmento possuem bibliotecas, justamente na fase considerada prioritária pelo programa federal Criança Alfabetizada, que busca garantir a alfabetização até o final do 2º ano do ensino fundamental.
Embora o Ministério da Educação tenha lançado o Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares com a meta de universalização até 2028, especialistas alertam para a lentidão na implantação. Para atingir o objetivo dentro do prazo, seria necessário construir mais de 3.300 bibliotecas por mês , uma meta considerada inviável com os recursos e estratégias atuais.
Como parte dos esforços, o governo federal anunciou cerca de R$ 3 bilhões em investimentos até 2026 no programa Criança Alfabetizada. A iniciativa também prevê a distribuição de 20 milhões de livros literários para escolas públicas e bibliotecas comunitárias em todo o país.

