Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em ato na Avenida Paulista (São Pulo), neste domingo, 29 (Miguel SCHINCARIOL/AFP)
Inelegível até 2030, ele rejeitou mais uma vez que tenha tentado golpe em 2022, quando perdeu a eleição para Lula
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) voltou a negar tentativa de
golpe para derrubar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal
adversário político das últimas eleições. Em manifestação na Avenida Paulista,
neste domingo, 29, o ex-chefe do Poder Executivo afirmou que deixou o Brasil
no final de 2022 para não passar a faixa presencial para o sucessor. “Jamais
passaria a faixa para um ladrão”, disse duas vezes ao público de apoiadores. Ele
afirmou ainda não precisar ser presidente de novo se os eleitores votarem em
seus aliados no Congresso Nacional.
Bolsonaro afirmou ainda não querer ser preso — ele é réu em ação penal no
Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de tentativa de golpe — e não querer
morrer. Para o capitão da reserva do Exército, a ruptura democrática não se dá
com idosos, mas com uso das “Forças Armadas”.
Inelegível até 2030, Bolsonaro mantém discurso para chamar atenção de
apoiadores para o voto no Poder Legislativo. Mais uma vez, ele disse que muda
o Brasil com 50% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 50% do Senado
Federal. Pelo Senado, é a abertura do processo de análise de impeachment de
ministros do STF. Até hoje, nenhuma análise do tipo ocorreu no Legislativo.
“Não quero isso para revanchismo, mas pelo meu Brasil”, afirmou Bolsonaro
ao negar tentativa de pressionar a Corte em eventual vitória política no ano
que vem.
O ex-presidente disse que se contenta em ser presidente de honra do PL, caso
Valdemar Costa Neto, presidente da legenda, concorde. A insatisfação de
Bolsonaro com a Justiça — em especial Cortes superiores — foi definida por
ele como “mão pesada”. Ele evitou citar nomes de ministros do STF e do
rival Lula.
Mais cedo, neste domingo, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ),
afirmou ter conversado com Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da
Câmara dos Deputados, sobre votação de um projeto que deve anistiar presos
pelo 8 de Janeiro. “Nós votaremos, em conversa recente com o presidente
Hugo Motta, em breve, um texto para tirar todas as pessoas que estão presas
injustamente do 8 de Janeiro. O presidente Hugo Motta assumiu um
compromisso antes do recesso de votar essa matéria. Ele está construindo esse
texto a quatro mãos com o presidente Alcolumbre, um texto equilibrado”,
afirmou o deputado.
(VEJA)

