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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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Quinta noite do Arraial Cultural celebra a riqueza das expressões artísticas

A quinta noite de festança do Arraial Cultural, o evento junino do governo do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), foi dedicada à valorização da cultura em suas múltiplas expressões. Realizado no Calçadão da Gameleira, o evento reuniu arte, tradição e identidade com apresentações do grupo 60+ do Sesc, além dos grupos Jabuti Bumbá, Maracatu Pé-Rachado e Lambada e Cia, com o espetáculo Boi Lunar.

A abertura da noite na Arena dos Folguedos foi marcada por quadrilha apresentada pelo grupo social 60+ do Sesc. Os 24 integrantes mostraram que a cultura junina também é sinônimo de inclusão, saúde e bem-estar para a terceira idade.

O projeto acontece em todo o Brasil, e no Acre já está em atuação há mais de 25 anos. Foto: Alice Leão/Secom

Marizete Melo, gerente do Programa de Assistência do Sesc, destacou a importância do grupo para a valorização da pessoa idosa: “Nosso grupo trabalha a autoestima, o acolhimento e a convivência social. A maioria chega até nós em situações delicadas, como luto ou solidão. Aqui, encontram apoio, novas amizades e um espaço para viver com mais alegria e dignidade.”

“Para nós, é uma grande alegria participar mais uma vez do Arraial Cultural, um evento onde resgatamos nossas tradições e valorizamos a cultura popular”, disse Marizete. Foto: Alice Leão/Secom

Com o objetivo de promover a socialização, elevar a autoestima e combater o isolamento social, o grupo 60+ do Sesc desenvolve atividades como a dança, fortalecendo a autonomia e valorizando o papel ativo da pessoa idosa na sociedade. Marizete Melo convida os interessados a procurarem a recepção do Sesc Bosque, onde são oferecidas orientações sobre como se inscrever no grupo e participar de diversas ações voltadas para o bem-estar e a qualidade de vida, como hidroginástica, pilates, musculação, entre outras. Dentro da instituição, são cerca de 555 idosos matriculados nas atividades da instituição.

Arte e consciência ambiental

Outro destaque da noite foi o espetáculo do grupo Jabuti Bumbá, que desde 2005 atua como uma expressão da cultura popular amazônica. Com 22 integrantes, o grupo mistura dança, teatro e música em narrativas que valorizam os saberes indígenas e promovem a preservação ambiental.

Além do Arraial Cultural, o Jabuti Bumbá também participa de eventos com temáticas ambientais, como o recente Txai Amazônia. Foto: Alice Leão/Secom

O grupo está em atuação desde 2005, a partir da iniciativa da família Farias e desde o seu início ele é passado de geração em geração. “Participo desde os meus cinco anos de idade, incentivada pelo meu pai, minha tia e minha avó, que inclusive se chamava Deusa, como eu. Essa coroa que eu uso hoje pertenceu a ela. É muito mais que uma peça de figurino, é um símbolo da nossa história”, destaca Deusa Maria do Nascimento, coordenadora do grupo.

“O Jabuti Bumbá é mais do que um grupo folclórico, é uma manifestação viva da cultura popular, do cuidado com a floresta e do amor pelas nossas raízes”, ressalta Deusa. Foto: Alice Leão/Secom

Com 22 participantes, incluindo amigos e pessoas da comunidade que compartilham do amor pela cultura popular, o coletivo cultural se moldou com o tempo, agregando influências, principalmente indígenas, fortalecidas com tradições e expressões de novos integrantes, enriquecendo o espetáculo.

Além do Arraial, o grupo participa de eventos com temáticas ambientais, como o Txai Amazônia, levando aos palcos personagens lendários como o Mapinguari, Curupira e Matinta Pereira.

Valorizando a cultura afro-brasileira

Criado em 2017 a partir de uma oficina para mulheres, o grupo Maracatu Pé Rachado tem se consolidado como um dos principais representantes da cultura afro-brasileira no Acre. Com cerca de 25 integrantes, o grupo é regido por Guta Rio e realiza apresentações em eventos culturais, escolas e comunidades, especialmente durante o Novembro Negro.

O Maracatu Pé Rachado une o amor pela arte com o respeito pelas religiões de matriz africana. Foto: Alice Leão/Secom

“Apesar de não ter nascido aqui, o maracatu também faz parte do Acre e do Brasil”, afirma Guta. Segundo ele, o maracatu é mais do que uma expressão artística: carrega forte ligação com a ancestralidade africana e a religiosidade dos orixás.

“É como um candomblé artístico. Na rua, parece só batuque, mas estamos cultuando a ancestralidade”, explica. Mesmo não sendo praticante de religiões de matriz africana, o artista destaca a importância do respeito aos fundamentos da tradição.

Tradição indígena no arraial

Outra atração chamativa foi o grupo Lambada e Cia, com o espetáculo Boi Lunar. Criado em 2022, o grupo traz uma proposta artística colorida e repleta de referências à cultura popular e indígena. Com apenas três anos de existência, já se destaca pela força cênica e pelo envolvimento dos integrantes.

O idealizador e diretor do grupo é o artesão Dino Camilo da Silva, conhecido como “Lambada”. Além de dirigir, ele também assina a coordenação e os figurinos do espetáculo.

Hoje, o grupo conta com cerca de 30 integrantes, incluindo duas crianças, o que reforça o caráter comunitário e familiar da iniciativa. Foto: Alice Leão/Secom

A apresentação do Boi Lunar segue a estrutura tradicional do boi-bumbá, com diferentes momentos musicais e coreográficos. Segundo Lambada, a narrativa é conduzida pelos “itens”, personagens e elementos fundamentais do espetáculo, que vão surgindo ao longo da encenação, acompanhados por duas modalidades de música, a toada ritual e a toada animada.

A apresentação do Boi Lunar valoriza a identidade indígena do Norte. Foto: Alice Leão/Secom

O Arraial Cultural 2025 encerra neste domingo, 29, com uma programação recheada para toda a família, com diversidade de comidas típicas do Acre e da culinária junina em diversas barracas de empresários parceiros do governo. Assim como a apresentação das juninas campeãs da competição estadual da Liga de Quadrilhas Juninas.

[Agência de Notícias do Acre]

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