
As pinturas corporais indígenas são importantes expressões da identidade cultural. Além de estética, representam espiritualidade, pertencimento, proteção e comunicação dentre os mais diversos povos. Cada traço carrega consigo um significado especial e uma conexão com a natureza e ancestralidade.
Para os Yawanawá, no Rio Gregório, em Tarauacá, não é diferente. As mulheres, especialmente, têm procurado manter a tradição, principalmente após o Primeiro encontro das mulheres Yawanawá, que foi realizado na terça-feira, 27, e recebeu o apoio do governo do Acre por meio da Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas (Sepi).
Crianças, jovens, adultos e anciãos utilizam-se das pinturas para reforçar sua identidade. Para eles, a pintura significa uma força que é depositada no corpo de quem está sendo pintado, tanto que os traços e desenhos são diferentes para os homens e mulheres e também mudam de acordo com a posição que a pessoa ocupa.
“Estar pintado é estar protegido. Você, quando está pintado é reconhecido e protegido pelos espíritos, porque são conhecidos a eles, são parecidas com eles. As pinturas nos fazem únicos, nos diferenciam de outros povos. É a nossa identidade”, explicou a cacique da Aldeia Mutum, Maria Júlia Yawanawá.
As tintas são feitas com elementos naturais como o urucum, que é o mais comum; a tinta preta é retirada do jenipapo e há também a tirna que é reutilizada da lamparina.
As pinturas das crianças representam ingenuidade e pureza, já as dos homens representam força, contrastando com a delicadeza dos traços que são feitos nas mulheres. Vale ressaltar que os desenhos também representam quem é aquela pessoa, ou seja, trazem traços pessoais de cada um.
[Agência de Notícias do Acre]

