Atualizada em 05/02/2024 09:31
Anualmente, no nosso país, no entorno de 50.000 brasileiros são violentamente assassinados
Antes disto esclareço: nos cinco anos da nossa não saudosa guerra contra o Paraguaio, a única que tivemos que enfrentar contra outro país, pouco mais de 50.000 brasileiros foram levados a morte.
Esta comparação só nos leva a crer quão desastrosa e preocupante foi e continua sendo a nossa segurança pública. Por óbvio, estaremos a tratar de uma aparente guerra civil.
Portanto, entre os muitos desafios que estão a nossa frente, nenhum outro exige mais urgência quanto àquele que deverá tratar da nossa segurança pública. Do contrário, a nossa carnificina humana só tenderá a crescer.
De antemão eis outro questionamento: se as nossas leis são insuficientes para conter a nossa aparente guerra civil, por que não se criar leis capazes de contribuir com a nossa segurança pública? Outro questionamento: qual ou as quais as autoridades a quem devemos responsabilizar pelo caos ora estabelecido: o presidente da nossa República, nossos governadores ou os nossos prefeitos?
Como somos um dos países socialmente mais desiguais do mundo, certamente, esta condição em muito tem prejudicado a nossa segurança pública, até porque, a concentração de rendas no nosso país em muito tem contribuído para o avantajado crescimento da nossa insegurança pública.
Portanto, para além das autoridades acima citadas os muitos que se encontram abaixo da linha da pobreza precisariam ser vistos e observados pelos poucos que tem muito, sobretudo por àqueles dotados do mínimo espírito público, diria até, humanitário.
Como a nossa segurança pública só tem se agravado, sobretudo, pela maléfica contribuição que as nossas organizações criminosas vêm nos dando, enfrentá-las tornou-se um imperativo. Não é possível combater as organizações criminosas, enquanto os nossos poderes instituídos se mantiverem desorganizados.
Neste particular, ou seja, em se tratando da nossa segurança pública, até chego a crer que a nossa sempre contestada polarização política, pelo ao menos neste particular, possa chegar a um denominador comum.
Diga-se mais: o CV-Comando Vermelho surgiu no Estado do Rio de Janeiro e o PCC-Primeiro Comando da Capital, no Estado de São Paulo, os dois Estados mais poderosos do nosso país, e por não terem sido eficazmente combatido, espraiaram-se por todas as unidades da nossa federação. O diagnóstico acima me parece bastante oportuno.