Atualizada em 08/04/2025 10:41
Os bolsonaristas pretendem transformar a ativista -golpe, Débora Rodrigues, numa vítima
Para melhor identificá-la, Débora Rodrigues foi àquela cidadã que sob aplausos da multidão que havia invadido e depredado as sedes dos nossos três poderes, em Brasília, no dia 08/01/2023, sacou da sua bolsa um tubo de batom e dele se servindo escreveu, na estátua símbolo do nosso poder Judiciário, a expressão “Perdeu Mané”, decerto, um deboche dirigido ao ministro e presidente do STF, Luís Roberto Barbosa, quando certa vez, sendo insultado pelos bolsonaristas, em plena cidade de Ney York, nos EUA, assim se posicionou “Perdeu Mané, não amola”.
Dado o nível a que chegou a nossa maldita polarização política, da dita cuja, quando menos se esperava, ou até, poderíamos esperar, acabou virando um alvo preferencial dos bolsonaristas e contrariamente, dos perseguidores lulistas. Melhor explicando: para os bolsonaristas ela é uma pobre mulher, cabeleireira e mãe de dois filhos menores e que está sendo perseguida pelos lulistas. Mas para os lulistas, uma criminosa, afinal de contas, quem lambuza uma estátua símbolo de qualquer uma das nossas instituições, praticou um crime jamais visto em toda a nossa história política.
Tratar a referida cidadã como uma vítima e desavisada, não me parece, minimamente razoável, afinal de contas, à pobrezinha, profissionalmente, não muito bem posicionada e mãe de dois filhos, não apareceu de repente para praticar o crime, ou os crimes, que está sendo acusada, e sim, ela foi uma das figuras presentes nas manifestações, que há mais de dois meses pregavam a não obediência aos resultados das eleições de 2022 e defendiam a intervenção militar, entre os muitos outros absurdos conflitantes com a nossa própria democracia. Se bem ou mau, faço a seguinte pergunta: na sua longa permanência em Brasília, com quem a cuidadosa mãe, Débora Rodrigues, confiava à guarda dos seus filhos?
Sob a sua elevada punição, 14 anos de prisão, por vezes, chego a comungar com os bolsonraistas, já que a mesma me pareceu bastante desproporcional. Acontece que, a natureza dos seus crimes que a dita cuja está sendo acusada, conforme a nossa legislação penal, seja a tentativa de golpe quanto a as ameaças ao nosso estado democrático de direito, até mesmo as penalidades mínimas, parecem-se exageradas, e mais ainda, quando são adicionadas. Entretanto, inocentá-la, jamais, até porque, a prática desses crimes é um mal que deve ser cortado pela raiz.
Quanto a politização da sua elevada punição, não me parece uma justificativa, minimamente crível, a não ser para àqueles que consideram o nosso STF uma instituição partidarizada, neste caso, lulista.
A estes devo lembrar: nas eleições de 2018, em negando um habeas corpus ao então ex-presidente Lula, o STF o privou de ser candidato.