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Petrobras inaugura era das megaplataformas de petróleo no país

Atualizada em 15/02/2025 16:34

Foto: Divulgação / Petrobras

Com o início das operações, neste sábado (15), da plataforma Almirante Tamandaré, no pré-sal, a Petrobras estreia uma nova geração de unidades de produção de petróleo no país, bem maiores que as já existentes e com maior esforço para reduzir emissões de gases do efeito estufa.

Instalada no campo de Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, a Almirante Tamandaré tem capacidade para produzir até 225 mil barris de petróleo por dia, 25% superior às maiores unidades hoje em operação no Brasil e equivalente às maiores do mundo, instaladas na costa da África.

A plataforma é a primeira de uma série de seis unidades gigantes de produção de petróleo previstas para os campos de Búzios, Sépia e Atapu. O objetivo é “monetizar o mais rápido possível” a elevada capacidade dos poços do pré-sal, diz a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.

A estratégia incluiu a perfuração de poços mais largos, que permitirão a extração de até 60 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a dois terços de toda a produção em campos terrestres no Brasil. Serão os primeiros poços com oito polegadas de diâmetro, contra as seis usuais no pré-sal.

“E aí a produtividade é maior ainda”, diz Baruzzi. “Por que a gente está fazendo isso? Por que o reservatório é muito bom. A extensão, a coluna do reservatório tem o tamanho do Cristo Redentor”, diz a executiva.

A plataforma tem 351 metros de comprimento e 60 metros de largura, o equivalente a quase três campos de futebol em sequência. Pesa 44 mil toneladas e, por suas características peculiares, não pode ser construída sobre um casco de navio, como costuma ocorrer.

Seu casco foi construído especificamente para suportar todos os equipamentos instalados em seu convés, que incluem sistemas de geração de energia e de separação da mistura de petróleo, gás, água e gás carbônico que chegam dos poços.

A maior parte das obras foi realizada pelo estaleiro chinês CMHI, com parte dos equipamentos do convés construídos em estaleiros no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro e depois enviados à China para montagem.

A Petrobras queria iniciar as operações no início do ano, mas um impasse com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) não permitiu. A agência é responsável por autorizar o funcionamento de unidades de produção de petróleo no país.

Durante a semana, informou à Folha que havia uma pendência relativa a “atendimento a um condicionante relacionado à segurança operacional, que foi estabelecido pela ANP a partir da auditoria de estaleiro realizada em maio de 2024”. Na sexta (14), acabou autorizando a operação.

Além dos 225 mil barris de petróleo, a plataforma tem capacidade para processar 12 milhões de metros cúbicos de gás natural, o equivalente a cerca de um quarto do consumo nacional, sem contar térmicas. Em seu casco, pode armazenar 250 mil barris de petróleo.

A Petrobras diz que o projeto prevê uma série de tecnologias para reduzir a pegada de carbono, como a operação sem a chama de segurança no flare, equipamento usado na plataforma para queimar o gás não utilizado no processo, e um sistema de aproveitamento de calor que reduz a necessidade de geração de energia.

Para as próximas unidades, a estatal estuda ampliar a eletrificação das operações, reduzindo ainda o uso de gás natural e diesel.

À época com seis plataformas em operação, o campo de Búzios alcançou em março de 2023 a marca de um bilhão de barris produzidos. A Petrobras tem como sócios no projeto as chinesas CNOOC e CNODC e a estatal PPSA (Pré-sal Petróleo SA), que gere os interesses da União no pré-sal.

BN

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