Atualizada em 07/01/2025 10:22
Quando o medo precisa ser imposto para que a paz aconteça o medo continua presente
Nas verdadeiras democracias àqueles que conseguem chegar ao poder, em primeira mão, os direitos das minorias são preservados. Até porque, nos regimes autoritários, e em especial, nas duríssimas ditaduras, as minorias jamais terão voz e nem vez.
No nosso país, infelizmente, como os nossos partidos políticos, há bastante tempo, não mais se dão ao respeito, já chegamos a assistir alguns dos presidentes da nossa República menosprezar os seus mais elementares deveres. Isto poderá acontecer nas duas mais respeitáveis democracias do mundo? Certamente não, a exemplo do que já aconteceu e continuará acontecendo nos EUA e na Inglaterra. No nosso país, os nossos partidos políticos já se transformaram em mercadorias e, portanto, ficamos submetidos às leis do nosso próprio mercado eleitoral.
Nas eleições presidenciais de 1989, a primeira após à nossa redemocratização, embora tido, havido e celebrado como o político mais destacado do nosso país, e ainda por cima, presidente do PMDB, o mais importante entre todos os nossos partidos políticos, ao disputar a presidência da nossa República, Ulisses Guimarães amargou um 7º lugar, e ainda teve que engolir, à seco, a disputa em 2º turno se dá entre o hoje presidente Lula e Fernando Collor de Melo, este à época, candidato do inexpressivo PRN.
De lá para cá, ao invés de termos corrigido os gravíssimos erros do nosso sistema político, partidário e eleitoral, no decorrer dos tempos, pior foi ficando. Tanto ficou que nas eleições presidenciais de 2018, o então nômade partidário, Jair Bolsonaro, já tendo sido filiado a nove partidos, acabou se elegendo presidente da nossa República e filiado a um partideco, apelidado pela sigla PSL. A propósito pergunto; em que cemitério o PRN de Collor e o PSL de Bolsonaro, encontram-se sepultados?
A despeito dos erros do nosso sistema terem permanecido e até se ampliados, tudo nos faz crer que as nossas futuras disputas eleitorais se darão fundadas no atual sistema, até porque, pouco se tem falado em reformá-lo, e do pouco que se tem falado, caso aprovado, mais disfuncional irão se revelar.
Com as nossas duas principais Casas parlamentares, nossa Câmara dos Deputados e o nosso Senado, composto por representantes de mais de 20 partidos políticos, e cada um deles, como se diz na gíria, puxando brasas para assar as suas próprias sardinhas, o resultado não poderia ser outro, a não ser, a ampliação e a prevalência do mercado eleitoral.
Das tantas reformas que o nosso país tanto carece, nenhuma delas seria mais importante que a do nosso sistema político, partidário e eleitoral, até porque, enquanto o atual sistema for mantido, jamais prosperaremos, nem politicamente, nem economicamente e nem socialmente.