Publicado em 16/08/2025
Imagem: Lyon Santos/ MDS – Agência Brasil
O artigo do Poder360 revela que, em 10 estados brasileiros, entre eles o Acre, o número de beneficiários do programa Bolsa Família supera o de trabalhadores com carteira assinada. Essa situação destaca um desafio econômico e social significativo no Brasil, onde a informalidade e a dependência de programas de assistência social se mostram maiores do que a capacidade de geração de empregos formais em diversas regiões do país.
Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, os 10 estados com mais beneficiários do Bolsa Família do que empregos formais são; veja nas imagens abaixo:
Essa discrepância é especialmente evidente nas regiões Norte e Nordeste, onde as economias, em sua maioria, dependem da agricultura e do setor de serviços, que muitas vezes não oferecem a segurança e os benefícios de um emprego formal.
O que esses dados significam?
A análise dos dados sugere que a fragilidade do mercado de trabalho formal em algumas áreas impede que uma parcela significativa da população tenha acesso a renda estável e direitos trabalhistas. Isso cria um ciclo de dependência de programas sociais, que, apesar de serem essenciais para a sobrevivência de muitas famílias, não resolvem a raiz do problema: a falta de oportunidades de emprego.
A situação também reflete a persistência das desigualdades regionais. Enquanto o Sul e o Sudeste concentram a maior parte dos empregos formais, os estados do Norte e Nordeste enfrentam dificuldades estruturais, como a falta de investimentos em infraestrutura e indústrias que possam dinamizar suas economias.
Para reverter essa situação, seriam necessárias políticas públicas que incentivem a formalização do trabalho e promovam o desenvolvimento econômico de forma mais equitativa. Isso inclui:
Apoio a pequenas e médias empresas: Simplificar a burocracia e oferecer crédito para que essas empresas possam crescer e contratar.
Investimentos em educação e qualificação profissional: Preparar a mão de obra local para as demandas do mercado, aumentando a sua empregabilidade.
Incentivos fiscais: Atrair novas indústrias e empresas para as regiões com menor número de empregos formais.
Melhoria da infraestrutura: Construir estradas, portos e outras estruturas que ajudem a escoar a produção e a integrar essas regiões ao restante do país.
A dependência do Bolsa Família em relação ao emprego formal é um sintoma de um desafio maior. Abordar essa questão exige um esforço conjunto entre o governo, a iniciativa privada e a sociedade para construir um futuro com mais oportunidades para todos os brasileiros.